segunda-feira, 3 de maio de 2010

Karina Santiago: uma caixinha de surpresas

por Rhayra Erick
Brasília não é só política. É feita por pessoas que aparecem de todos os cantos do país para visitar, trabalhar, estudar – e simplesmente ficam. Mudam-se de vez para a cidade e ajudam a destacar na capital seu lado artístico. É o caso de Karina Santiago, 30, que nasceu em Anápolis, GO, e se mudou para Brasília há cinco anos para trabalhar como produtora musical. Porém hoje Karina se dedica a outra área: a fotografia.

No ramo há dez anos, hoje ela fotografa principalmente espetáculos, como shows e peças teatrais. “Eu tento transportar as pessoas pra aquele lugar, pra aquele sentimento que o artista tentou passar em cena ou no show.” E estando envolvida no meio, seu círculo de amizade também inclui músicos, atores e outros artistas. Mas quando trabalha com eles, deixa bem claro: “amizade não é uma permuta, muito menos a publicidade. Todo trabalho deve ser remunerado.”

Claro que é o sonho de qualquer profissional juntar o útil ao agradável e, segundo Karina, expor seu trabalho através dos amigos é muito gratificante. Contudo, ela vai além da fotografia. Santiago é formada em Arquitetura e Urbanismo pela UnB, porém apesar de ter alguns projetos em execução, não está interessada em se manter na área. Todavia, além de fotógrafa e arquiteta, ela traz no currículo trabalhos nas áreas de desenho, rádio e produção musical.

Desenhar, para Karina Santiago, não é uma profissão, “é algo que faço quando quero e pra coisas muito específicas.” Ela se formou no curso de artes plásticas aos 13 anos e começou a trabalhar em uma agência de publicidade, na criação de out-doors. Já deu aulas particulares de desenho, e hoje faz trabalhos direcionados na área musical, como encartes de CDs, DVDs, websites de artistas, etc.

E se treze anos pode ter sido cedo para começar a carreira com desenhos, Karina surpreende ao revelar que o trabalho de radialista começou aos seis. Participava de um programa infantil na AM Rádio Carajá de Anápolis Ltda. Aos dez aprendia a ser sonoplasta, contudo só aos catorze começou a trabalhar na função, ofício hoje conhecido como operador de áudio.

Trabalhou com rádio por um bom tempo, deixando o campo com 20 anos, como diretora geral da 91,5 FM. Durante todo esse tempo, não parou de trabalhar duro para sempre evoluir. “Entre os 6 e os 20 ocupei vários cargos, o que foi ótimo: locutora infantil, repórter infantil, sonoplasta, operadora de áudio de gravação, repórter, redatora, locutora, locutora de jornal, programadora, diretora artística e diretora geral.”

Estar com som rendeu a Karina uma de suas paixões: produzir música. Mesmo com o diploma de Arquitetura e Urbanismo na mão, a goiana diz que abriu mão da profissão para se dedicar a produção musical e fotografia. Quanto à produção, esteve afastada por um tempo, porém acaba de ser convidada para participar de um projeto em Brasília que, de acordo com Santiago, “promete ser modelo pro resto do país. Por enquanto não posso revelar exatamente o que é, mas o que posso dizer é que agrega música, ensino e qualificação.”

Entretanto, apesar do histórico surpreendente de Karina Santiago, ela ainda é mais dedicada à fotografia. No começo da carreira – que, segundo ela, foi por acaso – trabalhou no jornal goiano Diário da Manhã, fechando seis pautas diárias. “Foi um aprendizado enorme, um curso intensivo.” Hoje é freelancer, sem pretensão de trabalhar para empresas. Já teve um estúdio próprio, mas o fechou por falta de uso. “Vi que mantê-lo era mais para ‘ter’ do que para utilizá-lo.”

Mesmo morando em Brasília, fotografa bastante em São Paulo, onde a demanda é maior. Não obstante, para Karina os brasilienses querem um bom resultado, independente do custo. E se excelência é prioridade para os clientes, para a profissional não é diferente: “o meu sonho de carreira é estar satisfeita com a qualidade do meu trabalho e até o momento vejo que falta bastante para isso acontecer”, revela humildemente. E quanto ao que quer que aconteça, os planos de Karina são executar mais trabalhos, mostrar mais emoções através de seu olhar e que mais pessoas tenham acesso a ele.

Quando pergunto sobre a sua evolução no trabalho, admite que progrediu, mas esclarece que foi fruto de muito empenho: “me aperfeiçoei, estudei, investi em equipamentos que são sim, importantes para se melhorar o trabalho. Porém de nada adianta equipamento sem técnica, sem conhecimento. Da mesma forma que a recíproca é verdadeira. Só que essa evolução é diária e como disse anteriormente, sempre vejo que sei menos e preciso estudar mais.” O que serve de conselho, não só para fotógrafos iniciantes, mas para qualquer um que almeja o sucesso na profissão que gosta.

Além disso, Karina recomenda conciliar teoria e prática. Enquanto amador, é que o fotógrafo dê uma folga às câmeras digitais - a limitação de uma máquina de filme o fará pensar muito mais antes de sair fotografando tudo sem antes olhar atentamente. “Respeite seu colega de profissão e tenha ética acima de tudo. Saiba ouvir quem critica seu trabalho, são eles que farão você crescer e tome muito cuidado com àqueles que apenas elogiam (...): ou eles não entendem do que estão falando ou estão mentindo, ninguém tem um trabalho tão perfeito que mereça apenas elogios.”

Um comentário:

  1. Nuoossa!!! estudei com a Karina na quarta série e ela era uma excelente aluna. Que saudade daquele tempo :)

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