por Rhayra Erick
No ramo há dez anos, hoje ela fotografa principalmente espetáculos, como shows e peças teatrais. “Eu tento transportar as pessoas pra aquele lugar, pra aquele sentimento que o artista tentou passar em cena ou no show.” E estando envolvida no meio, seu círculo de amizade também inclui músicos, atores e outros artistas. Mas quando trabalha com eles, deixa bem claro: “amizade não é uma permuta, muito menos a publicidade. Todo trabalho deve ser remunerado.”
Claro que é o sonho de qualquer profissional juntar o útil ao agradável e, segundo Karina, expor seu trabalho através dos amigos é muito gratificante. Contudo, ela vai além da fotografia. Santiago é formada em Arquitetura e Urbanismo pela UnB, porém apesar de ter alguns projetos em execução, não está interessada em se manter na área. Todavia, além de fotógrafa e arquiteta, ela traz no currículo trabalhos nas áreas de desenho, rádio e produção musical.
Desenhar, para Karina Santiago, não é uma profissão, “é algo que faço quando quero e pra coisas muito específicas.” Ela se formou no curso de artes plásticas aos 13 anos e começou a trabalhar em uma agência de publicidade, na criação de out-doors. Já deu aulas particulares de desenho, e hoje faz trabalhos direcionados na área musical, como encartes de CDs, DVDs, websites de artistas, etc.
E se treze anos pode ter sido cedo para começar a carreira com desenhos, Karina surpreende ao revelar que o trabalho de radialista começou aos seis. Participava de um programa infantil na AM Rádio Carajá de Anápolis Ltda. Aos dez aprendia a ser sonoplasta, contudo só aos catorze começou a trabalhar na função, ofício hoje conhecido como operador de áudio.
Trabalhou com rádio por um bom tempo, deixando o campo com 20 anos, como diretora geral da 91,5 FM. Durante todo esse tempo, não parou de trabalhar duro para sempre evoluir. “Entre os 6 e os 20 ocupei vários cargos, o que foi ótimo: locutora infantil, repórter infantil, sonoplasta, operadora de áudio de gravação, repórter, redatora, locutora, locutora de jornal, programadora, diretora artística e diretora geral.”
Entretanto, apesar do histórico surpreendente de Karina Santiago, ela ainda é mais dedicada à fotografia. No começo da carreira – que, segundo ela, foi por acaso – trabalhou no jornal goiano Diário da Manhã, fechando seis pautas diárias. “Foi um aprendizado enorme, um curso intensivo.” Hoje é freelancer, sem pretensão de trabalhar para empresas. Já teve um estúdio próprio, mas o fechou por falta de uso. “Vi que mantê-lo era mais para ‘ter’ do que para utilizá-lo.”
Mesmo morando em Brasília, fotografa bastante em São Paulo, onde a demanda é maior. Não obstante, para Karina os brasilienses querem um bom resultado, independente do custo. E se excelência é prioridade para os clientes, para a profissional não é diferente: “o meu sonho de carreira é estar satisfeita com a qualidade do meu trabalho e até o momento vejo que falta bastante para isso acontecer”, revela humildemente. E quanto ao que quer que aconteça, os planos de Karina são executar mais trabalhos, mostrar mais emoções através de seu olhar e que mais pessoas tenham acesso a ele.
Quando pergunto sobre a sua evolução no trabalho, admite que progrediu, mas esclarece que foi fruto de muito empenho: “me aperfeiçoei, estudei, investi em equipamentos que são sim, importantes para se melhorar o trabalho. Porém de nada adianta equipamento sem técnica, sem conhecimento. Da mesma forma que a recíproca é verdadeira. Só que essa evolução é diária e como disse anteriormente, sempre vejo que sei menos e preciso estudar mais.” O que serve de conselho, não só para fotógrafos iniciantes, mas para qualquer um que almeja o sucesso na profissão que gosta.
Além disso, Karina recomenda conciliar teoria e prática. Enquanto amador, é que o fotógrafo dê uma folga às câmeras digitais - a limitação de uma máquina de filme o fará pensar muito mais antes de sair fotografando tudo sem antes olhar atentamente. “Respeite seu colega de profissão e tenha ética acima de tudo. Saiba ouvir quem critica seu trabalho, são eles que farão você crescer e tome muito cuidado com àqueles que apenas elogiam (...): ou eles não entendem do que estão falando ou estão mentindo, ninguém tem um trabalho tão perfeito que mereça apenas elogios.”
Nuoossa!!! estudei com a Karina na quarta série e ela era uma excelente aluna. Que saudade daquele tempo :)
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